na noite e dia o tempo circula,
empoeirado de pequenos silêncios,
com gritos prisioneiros, na lucidez feroz
do desprezo imposto, pela humilde nostalgia
na cidade dos pequenos nadas
só um vendedor de jornais
sorri com a escrita
impressa no rosto
a pressão é anseio na metamorfose
do cheiro das paisagens obstinadas
o canto nasce na pausa do dia
esgravata os espaços nos quadrados dos areais,
deixa a neblina sem som.
e provoca o senso, no deslavado remar sem dedos
nas ruas, correm as cabeças de muitos nomes
o génese é infundido na origem dos domínios,
a noite cresce no soluço tumefacto
e irrompe o odor da fadiga .
a ponte tem a noite e o dia
e a faina rola sobre o tempo
helena maltez
empoeirado de pequenos silêncios,
com gritos prisioneiros, na lucidez feroz
do desprezo imposto, pela humilde nostalgia
na cidade dos pequenos nadas
só um vendedor de jornais
sorri com a escrita
impressa no rosto
a pressão é anseio na metamorfose
do cheiro das paisagens obstinadas
o canto nasce na pausa do dia
esgravata os espaços nos quadrados dos areais,
deixa a neblina sem som.
e provoca o senso, no deslavado remar sem dedos
nas ruas, correm as cabeças de muitos nomes
o génese é infundido na origem dos domínios,
a noite cresce no soluço tumefacto
e irrompe o odor da fadiga .
a ponte tem a noite e o dia
e a faina rola sobre o tempo
helena maltez
27 comentários:
Obrigada por mais um poema! Não tenho nada a acrescentar. Eu estou aqui e tu sabes. Beijos.
Li o poema com atenção duas vezes. Não sou boa a comentar poesia. Sei dizer quando gosto ou não gosto. E deste gostei. Muito.
Um abraço
vim visitar.te,
beijos
ana (França)
achei este poema uma delícia.
destaco esta frase está lindissima:
"a ponte tem a noite e o dia
e a faina rola sobre o tempo"
obrigada!
beij
Ola Lena, venho desejar-te uma boa semana.
Poema realmente com noite e dia.
bjs
Olá Querida Lena,
...São muitas as vezes que tenho passado no silêncio...São outras tantas as que te leio!
Muitas as vezes sento-me aqui e vagueio pelos blogs , sem deixar palavra. Tem sido assim nos últimos meses...talvez tudo volte ao que era...
Os teus poemas continuam maravilhosos e com um cunho muito pessoal!
Penso muitas vezes em ti também, e no que te terá remetido assim como eu a este caminhar de " caracol" pela blogoesfera.
Querida amiga, recebe um abraço cheio de maresia e muitos beijinhos!
Tua amiga,
Margusta
O tempo. A fadiga. Os dias e as noites com silêncios e palavras belas. Muito bom Lena.Um beijo.
o tempo, sempre o tempo, com sem pontes...
de noite, de dia...
abraço Lena
O dia-a-dia é implacável. Senti-me nos teus versos, como uma transeunte na cidade do stress, de corpo cansado e alma quase extinta! Quase... porque é nos poemas que eu busco o alimento, o calmante que tanto necessito para me reerguer nos mesmos caminhos do dia seguinte!
Um abraço de brisa marinha*
O poema e a imagem levam-me tão longe, para um local calmo e tranquilo de onde não quero sair tão cedo.
Abraço.
Olá,
permite-me que use o teu espaço para apresentar o meu primeiro livro, «Ausência de mim», editado no dia 24 de Abril pela EdiumEditores .
Obrigado.
Lena
passei novamente.
deixo um beij
Lindo e inspirador como sempre =)
sOl*
Sempre me questionei se o vendedor de jornais também os lê...
Passei. Deixo um abraço e votos de que esteja bem.
Olá Lena.
Passei para te desejar um bom fim de semana, cheio de sol no corpo e na alma.
beijinhos
teresa
dia e noite...
de dia descansa-se
de noite... trabalha-se no mundo de sonhos... antes da tosquia...
abrazo serrano
gostei muito do poema e de outros que aqui encontrei. parabéns.
depois do dia... a noite
e logo aparece a poesia...
abrazo serrano
Estou de volta para te voltar a ler na buscaa eterna de paz para a alma e de pão para o espírito.
Bjinho
o compasso da horas,
a porta entreaberta
o som dos sinos, gelo e mais gelo
fica a cidade vazia coberta
de neve, diagonal
fica o mar e a nublina num horizonte,
as ultimas palavras que nao foram ditas,
no silencio, fica o que ficou por se dizer
Ola visitei seu blog e gostei muito e gostaria de convidar para acessar o meu também e conferir a postagem desta semana: Arte: Uma questão de ponto de vista.
Sua visita será um grande prazer para nós.
Acesse: www.brasilempreende.blogspot.com
Atenciosamente,
Sebastião Santos.
E de repente acordo - estou num pesadelo
Ana /////
Excelente!
Um resto de boa semana.
http://www.escritartes.com/forum/index.php?referredby=3
Abraço
Lena: Já por aqui se fez dia e noite há tanto tempo...
Um beijo.
E son, finalmente, eses pequenos silencios empoleirados os que máis mensaxe conteñen...
Fermoso xeito de tecer a semántica.
Beijos empoleirados dende estoutro lado da raia
na cidade dos pequenos nadas
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Um pequeno nada, igual a um grande nada. É que nada é mesmo ausência de tudo.
Fica bem.
E a felicidade por aí.
Manuel
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